O ministro sírio do Interior, que tinha sido interrogado a propósito do assassinato do do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, suicidou-se esta quarta-feira. Horas antes, Ghazi Kanaan tinha dito numa entrevista que prestava a sua «última declaração».
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O ministro sírio do Interior suicidou-se, esta quarta-feira, no seu escritório de Damasco, horas depois do antigo homem forte da secreta síria no Líbano ter dito numa entrevista que essa era a sua «última declaração».
Nessa entrevista, Ghazi Kanaan comentava uma emissão de uma televisão libanesa sobre o seu testemunho dada na Comissão Internacional da ONU sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri.
O até agora ministro de 63 anos tinha liderado de 1982 a 2002 os serviços secretos sírios no Líbano, tendo após o seu regresso a Damasco sido nomeado director do departamento de segurança pública antes de chegar a ministro.
Kanaan, que tinha os seus bens congelados no estrangeiro a pedido dos EUA, era uma das personalidades sírias que tinha sido interrogada a propósito do assassínio de Rafic Hariri no final de Setembro.
A 20 de Julho, antes de ser interrogado pelo magistrado da ONU Detlev Melhis, Ghazi Kanaan tinha indicado em declarações a um jornal libanês que não tinha «nenhuma informação» sobre o assassinato de Hariri.
O assassinato deste antigo primeiro-ministro libanês provocou diversas manifestações populares, bem como o aumento da pressão norte-americana e francesa com vista à retirada das forças sírias do Líbano concretizada em Abril de 2005.