Se o "não" vencer num eventual referendo, Correia de Campos promete fazer cumprir a actual lei sobre o aborto. O ministro da saúde garantiu que as excepções previstas na actual legislação - problemas de saúde para a mulher, malformações do feto e violação - vão ser realizadas dentro e fora do Serviço Nacional de Saúde.
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O ministro da Saúde promete também mais planeamento familiar e mais informação sobre meios de contracepção.
Falando numa conferência internacional sobre a saúde sexual e reprodutiva das mulheres, Correia de Campos deixou um desafio directo aos médicos.
O ministro pediu aos médicos «que assumam uma visão democrática e progressista no que se refere à protecção da saúde sexual e reprodutiva da mulher e à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) em meio hospitalar como um acto medico cuja legalidade não pode mais ser adiada».
«Para pôr fim à perseguição judicial das mulheres e ao aborto clandestino é indispensável contar com o apoio de amplos sectores, com uma especial participação das mulheres e das suas organizações específicas e dos profissionais de saúde», acrescentou.
Na sua intervenção na conferência organizada pelos eurodeputados socialistas, que será encerrada pelo secretário-geral do PS e primeiro-ministro, José Sócrates, Correia de Campos lembrou que a despenalização do aborto através de referendo está incluída no Programa do Governo.
A diferença entre quem defende o "sim" e o "não", argumentou, é que os últimos estão "dispostos a conviver tranquilamente com o aborto clandestino", enquanto os primeiros querem que o aborto passe «para a espera da legalidade, da assistência e da segurança médica».