O ministro da Economia, Manuel Pinho, reclamou louros para o Governo pelo aumento acima do previsto no que diz respeito às exportações, mas a oposição não lhe poupou críticas, em especial no que se refere à subida das tarifas da electricidade para 2007.
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Manuel Pinho recorreu ao inglês para dizer que «mais do que saber como» e de «saber quem» é preciso ter noção do «posso fazer».
«Temos todos um grande trabalho pela frente para o qual não basta 'know how' ou 'know who' é preciso termos a noção de 'can do'», afirmou.
A vontade de trabalhar do ministro, levou o deputado Hugo Velosa, do PSD, a perguntar pelos cortes no ministério da Economia.
«A economia é efectivamente esquecida neste orçamento, até diria mais, mais do que a economia é o senhor ministro da Economia que é esquecido», defendeu.
Manuel Pinho respondeu que crescimento não é sinónimo de crescimento da despesa. Depois deixou sem resposta clara, uma pergunta do comunista Honório Novo sobre as tarifas eléctricas.
«Os 6,1 por cento de aumento da energia eléctrica para 2007 são ou não para repetir nos anos seguintes?», questionou.
Manuel Pinho afirmou que não pode prever a evolução dos custos de produção de energia.
O Bloco de Esquerda tentou, sem sucesso, pela voz do deputado Luís Fazenda uma resposta de Manuel Pinho: «O senhor ministro da Economia não quer tirar consequências sobre a taxa de inflação prevista para o próximo ano? Sobre o aumento extraordinário das tarifas da electricidade?»
Também não houve resposta para a pergunta de Diogo Feyo, do CDS-PP: «Não ouvi uma única palavra em relação à rigidez do mercado de trabalho que existe em Portugal».
A oposição não ficou convencida e o Governo também não se deu por vencido.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, resumiu a opinião do Executivo: «Ninguém pôs em causa os dois objectivos essenciais que guiam a proposta para o Orçamento de Estado 2007: rigor nas contas públicas e gestão pública de um lado; crescimento da economia e do emprego do outro».
A oposição vai votar, na quinta-feira, contra o Orçamento de Estado para 2007.