Pela primeira vez em 40 anos, a Royal Academy de Londres abre as suas portas no sábado a uma exposição consagrada ao pintor e escultor italiano Amadeo Modigliani. As obras do artista podem ser vistas até 15 de Outubro.
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«Modigliani e os seus modelos», nome da exposição, exibe 50 pinturas do artista, algumas das quais representam as suas «musas», pintadas entre 1913 e 1919, na sua maioria nuas - um toque erótico que escandalizou a Europa de então.
Uma primeira exposição, em Paris, pouco antes da morte do pintor, em 1920, foi fechada pela polícia no próprio dia da sua inauguração.
Nos anos seguintes, a obra de Modigliani tornou-se uma das mais disputadas, e ainda hoje o é. Em meados de Junho último, um retrato de Jeanne Hébuterne, a sua última companheira, foi vendido em Londres por 23,9 milhões de euros.
A tumultuosa vida amorosa do pintor, a que se associavam o consumo de ópio e álcool, e a sua morte trágica, seguida pelo suicídio da amante, terão feito correr mais tinta do que a sua pintura.
Nascido em 1884 em Livorno, Itália, Modigliano morreu em Paris aos 35 anos, vítima dos seus excessos e de uma meningite. Logo a seguir, a sua companheira, grávida de nove meses, suicidou-se, lançando-se de uma janela do prédio.
«A sua vida de boémio e a sua história trágica não devem eclipsar a sua obra», afirmou o director de exposições da Royal Academy, Norman Rosenthal, que vê em Modigliani «o sucessor de Boticelli e de Ticiano».