José Eduardo Moniz confirmou que se mantém como director-geral da TVI. Em entrevista ao canal, o responsável da TVI justificou a permanência com um acordo com a adminstração da Media Capital para a independência da informação da televisão.
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O director-geral da TVI confirmou, esta quinta-feira, que se vai manter à frente da estação televisiva, após ter obtido da administração, com quem teve duas reuniões, um acordo para garantir a independência da informação.
Entrevistado no «Jornal Nacional» da TVI, José Eduardo Moniz reconheceu que ponderou em primeira análise abandonar o cargo, na sequência da saída de Marcelo Rebelo de Sousa, mas depois concluiu que essa era a «saída mais fácil».
Para Moniz, a sua permanência «evitaria uma turbulência que a TVI não procurou», enquanto que a sua saída facilitaria os «sectores que querem uma TVI mais domesticada».
Sob o acordo que já existe entre a Direcção e a Administração, José Eduardo Moniz explicou que ficou assegurada a independência da informação e que cabe ao Director de Informação escolher os colaboradores e comentadores.
«Há áreas que têm a ver exclusivamente com a Direcção de Informação e com mais ninguém, como o desenho daquilo que a estratégia editorial da estação e os critérios noticiosos. A escolha dos comentadores e colaboradores é opção da Direcção de Informação», explicou.
De acordo com Moniz, o «acordo formalizado escrito», que será formalizado dentro de alguns dias, «vai funcionar como uma espécie de código de relações entre o Administração e o Director».
«O eng. Paes do Amaral disse-me que tem repetidamente afirmado que um adepto da independência da informação e que nunca interferiu na actividade das empresas de comunicação a que esteve ligado», acrescentou.
Referindo-se à saída do Professor Marcelo, José Eduardo Moniz esclareceu ainda que não poderia fazer de conta que nada se passou.
«Confesso que não tenho muito feitio para Raínha de Inglaterra e ver passar os navios e virar a cara para o lado e assobiar perante as coisas que acontecem. Se fui contratado para o exercício de determinadas funções tenho de exercê-las independentemente das consequências das decisões que tomo», disse.
Na entrevista, o director-geral da TVI disse ainda que «este Governo tem um problema de relacionamento com a comunicação social» e advertiu o Executivo que «era bom que soubessem que não se governa através da comunicação social».