O escritor Mário Ventura Henriques faleceu, esta sexta-feira, aos 70 anos. O responsável pelo Festival de Cinema de Tróia, o FesTróia, tinha uma vasta carreira literária, tendo também durante a sua vida exercido a profissão de jornalista.
Corpo do artigo
O escritor e responsável do Festival de Cinema de Tróia, Mário Ventura Henriques, morreu, esta sexta-feira, aos 70 anos, no Hospital Pulido Valente, em Lisboa.
Natural de Lisboa, Ventura Henriques radicou-se em Setúbal, tendo notabiliza-se por organizar, desde 1985, o FesTróia, primeiro no complexo turístico de Tróia e depois em Setúbal.
Para além de ter organizado o Festróia, Ventura Henriques contava também com uma carreira literária que já tinha dezena e meia de livro, o primeiro dos quais, «A Noite da Vergonha», publicado em 1963.
Antigo presidente da Associação Portuguesa de Escritores, Ventura Henriques obteve por duas ocasiões o prémio de literatura do Pen Clube Português, primeiro com «Vida e Morte dos Santiagos» e depois com o romance «Évora e os Dias da Guerra».
Como jornalista, Mário ventura Henriques passou pelo «Diário Popular» e «Diário de Notícias», tendo pertencido também ao corpo redactorial do grupo «Seara Nova». Fundou e dirigiu o semanário «Extra».
Em declarações à TSF, Mário Augusto diz que a morte de Ventura Henriques é uma «perda enorme para a cultura portuguesa».
«Ele achou que a melhor forma de chamar à atenção para Tróia era criar um festival de cinema. Chegaram a vir a Portugal diversas estrelas do cinema americano, mas com a passagem do festival para Setúbal a dinâmica mudou», recordou o especialista em cinema da TSF.
Mário Augusto explicou ainda que esta mudança fez com que o FesTróia passasse a ser um festival que apresentava cinema alternativa e lembrou que Ventura Henriques disse várias vezes que se não fosse jornalista e escritor seria realizador de cinema.
«Muito embora não tenha feito filmes, deixa a sua marca na cultura portuguesa com a organização deste festival», concluiu.