Morreu o latinista Nicolau Firmino. O pai de um «Dicionário Latino-Português», faleceu quinta-feira, aos 94 anos de idade, vítima de doença prolongada.
O latinista Nicolau Firmino, autor de um «Dicionário Latino-Português», faleceu quinta-feira, aos 94 anos de idade, vítima de doença prolongada, informou hoje um familiar.
Com mais de 60 títulos publicados, Nicolau Firmino dedicou-se igualmente à tradução - tendo transposto para português obras como a «Eneida», de Virgílio, ou a «A Germânia», de Tácito -, destacando-se também enquanto professor, actividade que exerceu prolongadamente.
Nascido na aldeia de S. Francisco de Assis, na Covilhã, Nicolau Firmino leccionou Português e Latim nas escolas lisboetas Valsassina e Lusitânia e nos colégios do Coração de Maria e das Doroteias, tendo fundado, com Raúl Machado, o colégio Clenardo.
Defensor da aproximação cultural entre Portugal e o Brasil, Nicolau Firmino exerceu também funções docentes neste país, onde possui muitas obras editadas.
O colaborador da «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira» foi agraciado pelo governo brasileiro com o grau de Oficial da Ordem do Cruzeiro do Sul, tendo igualmente recebido a Medalha de Ouro da Universidade de Guanabara.
Pela sua intervenção em prol de melhoramentos públicos no seu «concelho adoptivo» de Tábua, Nicolau Firmino viu-lhe atribuído, em 1971 pelo governo português, o grau de Comendador da Ordem da Benemerência.
A 15 de Maio de 1990 o então ministro da Educação, Roberto Carneiro, concedeu a Nicolau Firmino a menção honrosa no grau de Diploma de Mérito Pedagógico
Da biblioteca particular que constituiu na sua área de especialização, com cerca de 11 mil volumes, Nicolau Firmino doou, em 1960, 2.350 exemplares, antigos e raros, à biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
As múltiplas doações de obras a que procedeu ao longo da vida estenderam-se igualmente às bibliotecas do Fundão, da Covilhã, da Guarda e da Figueira da Foz, bem como à biblioteca da sua aldeia natal.