Carlos Paredes, de 79 anos, morreu, esta sexta-feira, em Lisboa, vítima de doença prolongada. O mestre da guitarra portuguesa encontrava-se internado na Fundação-Lar Nossa Senhora da Saúde.
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O músico e compositor padecia de diabetes e de uma mielopatia, uma doença que atacou a sua estrutura óssea. Carlos Paredes morreu, esta sexta-feira, cerca das 06:00.
Nascido a 16 de Fevereiro de 1925, Carlos Paredes cresceu numa família de músicos e aprendeu a tocar guitarra portuguesa com o seu pai, Artur, aos quatro anos, à revelia da sua que queria que aprendesse a tocar piano.
Mudou-se para Lisboa em 1934, com apenas nove anos, tendo concluído os estudos no Jardim-Escola João de Deus. Depois passou pelo liceu Passos Manuel e pelo Instituto Superior Técnico, sem chegar a terminar o curso.
O início de uma longa carreira
O primeiro disco apareceu em 1957 - intitulado «Carlos Paredes» - seguindo-se uma série de bandas sonoras, até ao aparecimento do álbum «Guitarra Portuguesa», que contava com Fernando Alvim à viola.
Seguiram-se «Romance Nº 2», «Fantasia», «Porto Santo» e «Guitarra Portuguesa». O disco «Movimento Perpétuo» surgiu três anos depois, em 1971.
Chegou a estar preso durante a ditadura e durante e após o 25 de Abril tocou em vários pontos do país. No entanto só voltou a editar um disco em 1987. Antes, em 1975, Carlos Paredes toca em «É preciso um país» enquanto que o político Manuel Alegre recita poemas.
O fim da carreira
O músico e compositor conciliou a sua carreira musical com a actividade como administrativo no Hospital de S. José, em Lisboa, até à década de 90.
Em Dezembro de 1993 Carlos Paredes descobre que padece de uma mielopatia, uma doença que mais tarde o impediu de tocar guitarra.
Desde então, o génio da guitarra portuguesa encontrava-se internado na Fundação-Lar Nossa Senhora da Saúde, no bairro lisboeta de Campo de Ourique.