O geólogo Galopim de Carvalho, na última aula que deu na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, defendeu soluções para a preservação do Museu de História Natural.
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Galopim de Carvalho, geólogo e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), aproveitou hoje a última aula que deu para denunciar a situação de abandono do Museu Nacional de História Natural.
De acordo com o professor, que dirige o Museu desde 1992, é urgente conseguir do Governo os meios necessários para que o Museu possa cumprir as suas funções cientificas, pedagógicas e sociais com extensão nacional.
Galopim de Carvalho diz que o Museu não passa de um «casarão vazio» à espera de uma verdadeira remodelação a nível de infra-estruturas e recursos humanos, do qual se sente um «director virtual», mas que não tenciona desistir.
Perante um auditório de mais de 700 pessoas onde estiveram personalidades como Mariano Gago, ministro da Ciência e da Tecnologia, Ramalho e Manuela Eanes e o próprio reitor da Universidade de Lisboa, José Manuel Barata Moura, o geólogo realçou na sua última aula cujo o tema foi «Geologia e Cidadania», a necessidade de haver uma fusão, a nível político do ensino superior com a ciência e tecnologia.
António Marcos Galopim de Carvalho licenciado em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa em 1959 e doutorado em Geologia pela mesma instituição, tem desenvolvido nos últimos dez anos actividades para salvaguardar o património geológico e paleontológico nacional, vendo como resultado das suas acções a preservação das Jazidas de Icnofósseis de Dinossaurios de Carenque e da Serra d'Áire, bem como os Geomonumentos do Monte de Santa Lúzia, em Viseu, Pedra Furada, de Setúbal, São Bento, de Évora, entre outros.
Depois da aula de Galopim de Carvalho, a FCUL lançou o livro «Memórias de Professores Cientistas», que recorda alguns dos docentes que foram um marco na vida da instituição, em paralelo com a inauguração de uma exposição com base no livro. Essa exposição pretende, através de objectos pessoais, dar a conhecer a vida desses docentes pela perspectiva museológica.