Durão Barroso admitiu que a rejeição da Constituição Europeia em França põe um «problema muito grave» à Europa, mas assegurou que não haverá renegociação do documento. Já o presidente em exercício da UE diz que o processo tem de continuar.
Corpo do artigo
O presidente da Comissão Europeia considerou, esta segunda-feira, que a rejeição do Tratado Constitucional Europeu em França põe um «problema muito grave» à União Europeia.
Apesar disto, Durão Barroso não acredita que haja vontade por parte dos 25 em «reabrir agora uma negociação que seria sempre difícil» a caminho de uma renegociação do tratado.
Em declarações à televisão LCI, o antigo primeiro-ministro português disse que a Comissão Europeia terá em conta o sentido do voto em França, mas também o de «outros países».
No domingo, o presidente em exercício da União Europeia tinha defendido a continuação do processo de ratificação da Constituição Europeia.
«Uma maioria dos franceses rejeitou o tratado constitucional na forma em que foi proposta. Devo dizer que nos dói o coração, mas vamos continuar para a frente», afirmou Jean-Cluade Juncker.
O primeiro-ministro luxemburguês, que considerou de «mau gosto» a possibilidade de os franceses voltarem a votar pelo menos por agora a constituição, apelou mesmo assim aos franceses para «escutarem os outros povos».
Por seu turno, o chanceler alemão lamentou o «não» francês, classificando-o de apenas «um retrocesso no processo de ratificação, mas não o seu fim». Gerhard Schroeder, que falou com Jacques Chirac ao telefone, acrescentou ainda que este não é o «fim da parceria franco-alemã e para a Europa».
Já o comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros apelou à «serenidade dos mercados», apesar do «não» francês e lembrou que a «Europa não pode parar».
Joaquin Almunia disse ainda que este resultado é uma «grande decepção para aqueles que acreditam na Europa» e que «um país não pode bloquear o processo de ratificação, mesmo que seja um país fundador».