O Ministro do Ambiente admite processar o jornal «Expresso» por causa da notícia sobre uma autorização secreta para a co-incineração na cimenteira de Outão, na Serra da Arrábida. Nobre Guedes diz que não é um bandido. O PS defende que o Governo não devia ter vergonha de utilizar este método.
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O ministro do Ambiente, Nobre Guedes, diz que nada foi feito em segredo e por isso considera que se trata de uma ofensa a notícia, publicada esta sexta-feira, no semanário «Expresso».
«Não sou nenhum bandido, nem nenhum mafioso, que decide as coisas em segredo», afirmou Nobre Guedes, adiantando que lhe foi assegurado que tudo foi tratado da melhor maneira em termos ambientais quando ao tratamento de resíduos.
«Esta semana foi má para o PS e para o engenheiro Sócrates em termos de resíduos, porque tomámos medidas importantes que não gostaram e portanto é normal, quem está na política tem que aceitar estas sequelas e saber reagir», adiantou.
Governo não devia ter vergonha de fazer co-incineração
Pedro Silva Pereira, porta-voz do PS, faz um reparo crítico a Nobre Guedes. O Governo não devia ter vergonha de fazer co-incineração.
«O problema é o secretismo com que foi tomada esta decisão de começar a fazer co-incineração de resíduos na Arrábida. Se o ministro do Ambiente faz tantas conferências só para anunciar que mandou estudar isto ou aquilo, como se isso resolvesse algum problema, porquê que logo agora com a co-incineração de resíduos na Arrábida o senhor ministro se esqueceu de anunciar o que estava a fazer?»
Pedro Silva Pereira lembrou ainda que o PS considera a co-incineração um método seguro, desde que realizada de acordo com as normas ambientais.
«O senhor ministro não precisa de ter vergonha de fazer co-incineração», adiantou.