Narciso Miranda garante que o cartão de crédito, atribuído pela Metro do Porto, serve apenas para fazer pagamentos de despesas ao serviço da empresa mediante apresentação de facturas. O autarca contesta a auditoria do Tribunal de Contas negando que fala em valores fixos mensais, incluídos em cartões de crédito, para despesas de representação.
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O relatório do tribunal, na análise às contas de 2003 e 2004, questiona a atribuição de cartões de crédito a administradores não executivos, caso de Valentim Loureiro e de Narciso Miranda, lembrando que eles têm responsabilidades pontuais e que apenas comparecem as reuniões de 15 em 15 dias da empresas.
Para além do vencimento fixo e das despesas de representação, o tribunal diz que estão também incluídas nas contas despesas com cartões de crédito que totalizam perto de 4 mil e 500 euros.
O relatório revela ainda que só no ano de 2004, Valentim Loureiro e Narciso Miranda totalizaram por mês mais de 12 salários mínimos, em vencimento fixo e em despesas de representação.
O relatório considera que os valores atribuídos aos dois administradores não executivos são exagerados, recomendando á empresa uma revisão da politica de atribuição dos cartões de crédito a elementos não executivos.
Confrontado pela TSF com estas conclusões da auditoria,
Narciso Miranda defende-se. «Isso e uma grosseira mentira. Não sei qual e a origem dessa mentira mas só posso dizer que é mentira. A mim fazia-me um certo jeito receber essa quantia para o meu orçamento familiar, mas isso é mentira», sublinhou.
Narciso Miranda faz também questão de explicar todos os valores que recebeu até esta altura: «A média mensal que eu recebi através desse cartão de crédito anda à volta dos 148 euros mensais».
Narciso Miranda não esconde a indignação, alegando que não tem um valor fixo para despesas de representação da Metro do Porto. O autarca afirma que o cartão de crédito é usado para pagar «despesas ao serviço da empresa», pagamentos feitos «com a apresentação de facturas».
Quanto a Valentim Loureiro, o presidente da Metro do Porto convocou uma conferência de imprensa para falar sobre as conclusões da auditoria do tribunal de contas.
Esta tarde, fonte próxima do major disse à TSF que a questão dos cartões de crédito é antiga, garantindo também que caso o governo decida acabar com os cartões de crédito na Metro do Porto, a decisão será aceite de imediato pelo presidente da empresa, Valentim loureiro.