O lançamento da sonda norte-americana Mars Odyssey no sábado marca o regresso da NASA à exploração de Marte, após o fracasso das missões anteriores ao planeta vermelho.
Corpo do artigo
Se tudo correr conforme o previsto, a sonda norte-americana 2001 Mars Odyssey (Odisseia Marte 2001) vai ser lançada sábado, a partir do centro espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, Florida, para alcançar a órbita do planeta vermelho em Outubro e iniciar o seu trabalho em Janeiro de 2002.
Segundo a agência espacial norte-americana (NASA), a sonda fornecerá informações sobre a composição geológica do solo à superfície do astro, sobre a presença de água até um metro de profundidade e sobre as radiações que alcançam o planeta e possam ser perigosas para o homem.
Este lançamento será a missão inaugural de um programa criteriosamente elaborado para evitar o tipo de erros que resultaram na perda das duas últimas sondas que a NASA enviou a Marte, em 1999.
O falhanço na missão da Mars Climate Orbiter deveu-se a erros matemáticos: uma parte dos técnicos usou unidades inglesas de navegação, enquanto outros recorreram ao sistema métrico.
A NASA acredita que os fragmentos desta sonda continuam na órbita de Marte, podendo cair no planeta ou incendiarem-se na descida a qualquer momento.
A outra sonda, a Mars Polar Lander, deverá ter-se despenhado na superfície de Marte, provavelmente devido a um desligar prematuro da máquina.
Em ambas as situações parece ter havido um orçamento insuficiente e falhas do pessoal técnico.
Mais investimento para evitar falhas
Nesta missão, a NASA gastou mais dinheiro, contratou mais técnicos e conduziu um maior número de testes para descobrir eventuais falhas.
Devido ao alinhamento planetário, esta vai ser a primeira oportunidade em dois anos de enviar uma sonda a Marte.
No caso de algo correr mal no sábado, a NASA tem até Abril para lançar a Odyssey. De outra forma teria de esperar mais dois anos.
A viagem de ida é superior a 460 milhões de quilómetros, prolongando-se por seis meses.
A NASA só deverá voltar a enviar veículos operados por controlo remoto para Marte em 2003 e a primeira missão com ida e volta não deverá acontecer antes de 2011.
A NASA não tem, por enquanto, planos concretos para enviar seres humanos a Marte.
Um dos objectivos da Odyssey, cuja missão deverá durar um ano marciano (29 meses terrestres), é precisamente medir a radiação à volta da Marte para conceber a protecção necessária a eventuais astronautas.