O ex-director de campanha de Cavaco Silva, Alexandre Relvas, entende que nenhuma empresa sobreviveria caso fosse gerida como é o Estado em Portugal. Na abertura da 2ª Convenção do Movimento Compromisso Portugal, o presidente executivo do BES lembrou, por seu lado, as rígidas leis laborais em Portugal.
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Alexandre Relvas, um dos promotores do movimento Compromisso Portugal, frisou que «nenhuma empresa sobreviveria se fosse gerida como é o Estado em Portugal».
«Somos o país mais pobre da Europa dos 15. A Grécia tem um PIB per capita 13 pontos acima do nosso e a Espanha cerca de 30 pontos», acrescentou o ex-director da campanha presidencial de Cavaco Silva.
Na sessão de abertura da 2ª Convenção do movimento, Relvas lembrou ainda que Portugal já foi ultrapassado neste particular por países como a República Checa, a Eslovénia e Chipre.
Alexandre Relvas defendeu ainda que a «competitividade do sistema fiscal pode ser um facto decisivo para relançar a economia nacional».
Para este empresário, seria bom haver uma redução da taxa do IRC dos actuais 25 por cento para 10 a 12,5 por cento, algo que poderia funcionar como «factor diferenciador de atracção de investimento para o país».
«É uma questão de opção política: mais Estado e mais despesas ou menos impostos e maior investimento no emprego», acrescentou o empresário, que relacionou o desemprego com as «medíocres» taxas de crescimento do país.
Alexandre Relvas disse mesmo que o desemprego, que afecta actualmente cerca de 400 mil portugueses, poderá mesmo tornar estrutural caso o país não comece a crescer pelo menos dois por cento ao ano.
Este integrante do movimento Compromisso Portugal considerou ainda ser importante que o Governo faça rupturas para que o país não tenha uma sociedade bloqueada.
«Este é um momento único porque o país tem uma maioria absoluta numa legislatura que é a mais longa desde o 25 de Abril e tem um Presidente empenhado em garantir a estabilidade e em cooperar estratégicamente com o Governo», concluiu.
Leis laborais rígidas em Portugal, diz presidente executivo do BES
Nesta sessão de abertura, o presidente-executivo do Banco Espírito Santo sublinhou, por seu lado, que em Portugal há leis do trabalho muito rígidas algo que entende ser incompatível com a necessidade de Portugal competir internacionalmente.
«Temos das legislações laborais mais rígidas, não da Europa, mas do mundo. Numa classificação do Banco Mundial, em 175 países estamos no lugar 155 em termos de rigidez da nossa legislação laboral», afirmou José Maria Ricciardi.
Por seu turno, Joaquim Goes recordou o «problema grave de sustentabilidade» da Segurança Social em Portugal, problema essencialmente relacionado com o envelhecimento da população.
Este administrador do Banco Espírito Santo defendeu por isso mudanças no sistema que poderiam passar por um «sistema de capitalização, em que cada um desconta para si próprio».
Para além de defender a baixa na taxa do IRC e mudanças na Segurança Social, o movimento Compromisso Portugal quer ainda que se verifique uma redução do papel do Estado na economia através de privatizações em empresas como a CP, TAP, ANA e EDP.