O líder do PAIGC e ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau considerou, esta quarta-feira, «inconstitucional» a nomeação de Aristides Gomes para chefe do Executivo. Carlos Gomes Júnior sublinhou que o partido «tudo irá fazer» para que a legalidade constitucional seja reposta.
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Carlos Gomes Júnior, demitido sexta-feira por decreto presidencial, alegou que João Bernardo «Nino» Vieira não seguiu os parâmetros constitucionais, que prevêem que o nome do primeiro-ministro seja oriundo do partido mais votado nas eleições legislativas de Março de 2004.
«O decreto que nomeia Aristides Gomes é inconstitucional e o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) vai impugnar esse decreto», afirmou Carlos Gomes Júnior, garantindo que o partido vai «lutar através dos meios legais do país».
Para Carlos Gomes Júnior, tal situação é «inaceitável e impossível num Estado de Direito», uma vez que uma maioria «não se faz em gabinetes nem com golpes de Estado palacianos».
Nesse sentido, Carlos Gomes Júnior disse ser «ainda cedo» para saber qual a posição que o PAIGC vai tomar na próxima sessão do Parlamento, agendada para começar a 21 deste mês, e se apresentará ou não uma moção de censura ao novo executivo.
No encontro, o PAIGC informou «Nino» Vieira que, face à «impossibilidade de coabitação», propunha o nome do 3º vice-presidente do partido, Martinho Ndafa Cabi, ex-ministro da Defesa no anterior executivo, para chefiar o Governo.