O secretário de Estado da Justiça, Conde Rodrigues, recordou que a nomeação de um não magistrado para director nacional da PJ está prevista na lei orgânica desta polícia. Entretanto, o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público escusou-se a comentar a nomeação de Almeida Rodrigues enquanto não obter esclarecimentos do Governo.
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O secretário de Estado da Justiça recordou que a nomeação do novo Director Nacional da Polícia Judiciária decorre da lei orgânica desta polícia e que prevê que possa ser um polícia de carreira a assumir o cargo.
No Fórum TSF, Conde Rodrigues reconheceu que nunca tinha acontecido que um não magistrado assumisse este cargo, uma medida que até considerou positiva pois assim poderá haver mais estabilidade na PJ.
«Não se pode pensar que alguém assume determinadas funções sempre com a ideia de que bate com a porta no momento seguinte», continuou o secretário de Estado, que considerou que a entrada de um não magistrado não vai reduzir a operacionalidade da PJ.
Conde Rodrigues recordou ainda que a PJ quando era dirigida por um magistrado «não deixava de ser um serviço do Ministério da Justiça, sob tutela do Ministério da Justiça».
Entretanto, o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público disse que está a aguardar explicações do Governo relativamente as razões da demissão de Alípio Ribeiro e aos critério de nomeação de Almeida Rodrigues.
Em declarações à agência Lusa, António Cluny frisou que não faz comentários sobre a actual situação na PJ enquanto não receber estas explicações do Executivo, uma vez que considera que está é a «questão central».
Questionado sobre o alegado mal-estar criado pela nomeação de Almeida Rodrigues, António Cluny disse não saber qual o «estado de alma» geral na PJ, uma vez que há quem concorde e quem discorde com esta nomeação.
Também questionado pela agência Lusa, o novo director da PJ recusou fazer qualquer declaração enquanto não tomar posse do cargo. «Nessa altura farei declarações», concluiu Almeida Rodrigues.