Cientistas norte-americanos descodificaram a composição genética de uma bactéria que poderá estar na origem da meningite, pneumonia e até mesmo da morte de recém-nascidos. Apurando como a doença é provocada mais eficaz é a procura de tratamentos, noticia a revista «Nature».
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Investigadores norte-americanos descodificaram o genoma de uma bactéria sexualmente transmissível que pode estar na origem da meningite, pneumonia e até mesmo da morte de recém-nascidos, noticia a edição de quinta-feira da revista científica britânica «Nature».
O genoma da bactéria, denominada «Ureaplasma urealyticum», é circular e comporta 652 genes, dos quais mais de metade desempenham um papel desconhecido.
É um dos mais pequenos genomas microbianos conhecidos e o mais pequeno depois de um outro da família dos micoplasmas, o «M.genitalium».
O trabalho de descodificação e sequenciação do património genético da bactéria deverá permitir compreender melhor como esta provoca doenças e ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes, segundo os cientistas.
O germe é de facto pouco conhecido. Por exemplo, a maioria das mulheres grávidas estão infectadas pela bactéria, mas sem perigo na maioria dos casos.
Segundo o National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID) norte-americano, que conduziu a investigação, entre 60 a 80 por cento dos adultos deverão ser portadores.
A bactéria parece provocar a doença apenas em sub-grupos da população infectada, sublinhou uma das autores, Gail Cassell.
Bactéria associada a infecções
Os investigadores deverão começar agora a assinalar os genes responsáveis pela virulência do microorganismo parasita, que costuma estar hospedado nas vias urogenitais humanas.
As infecções que aparecem durante a gravidez e que afectam a saúde dos fetos e recém nascidos chamaram a atenção dos cientistas para esta bactéria, associada a inflamações, abortos espontâneos, nascimentos prematuros, septicemia, meningite e pneumonia nos recém nascidos.
Como outras bactérias do tipo «Ureaplasma», ela recorre à ajuda das enzimas da ureia, substância presente na urina, para obter energia, mas perece fazê-lo de forma diferente e única, segundo os investigadores.