O PS não vai avançar nesta legislatura com leis que consagrem novos direitos para os homossexuais. Uma eventual aprovação de leis sobre esta matéria só deverá acontecer depois de 2009. A «Opus Gay», apesar de considerar a data tardia, diz que é preciso sensibilizar primeiro os cidadãos para o debate.
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No quadro desta legislatura, o PS não vai ainda avançar com leis que consagrem novos direitos para os homossexuais, como é o caso do casamento ou adopção de crianças.
Esta é a conclusão do texto da moção que José Sócrates vai levar ao congresso dos socialistas, na qual se remete para depois de 2009 uma eventual aprovação de leis sobre esta matéria.
O «timing» foi assumido por Sérgio Sousa Pinto, um dos autores da moção, onde é abordada a preparação e ponderação dos novos desafios e objectivos a colocar aos cidadãos em próximos actos eleitorais.
Entre as políticas a serem abordadas estão as da liberdade pessoal, tolerância e respeito, mais concretamente a moção fala em removar as discriminações que restam na ordem jurídica e social portuguesa, sobretudo as que são fundadas no sexo e orientação sexual, bem como modernizar o direito da família e ajustá-lo à evolução da realidade social.
Para já, a vitória do «sim» no referendo ao aborto concentra a mobilização do PS, pelo que só posteriormente haverá abertura do partido relativamente a outros temas,
«Opus Gay» admite que é preciso tempo
Ouvido pela TSF, António Sezerdelo, da «Opus Gay», disse que adiar estas questões para depois de 2009 talvez seja «muito tarde».
Porém, reconheceu que é preciso tempo para avançar com esta legislação, sublinhando que os portugueses têm de ser sensibilizados primeiro para este debate.
«Sou absolutamente a favor do casamento, da adopção, mas entendo que é um processo que tem de ser trabalhado junto da população, dos poderes locais, dos heterossexuais e até dos próprios 'gays'», defendeu, realçando que «não se morre em Portugal por falta de casamento, mas por motivos de homofobia».