As associações de sargentos e oficiais entendem que o novo Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas vai dar prioridade aos problemas sócio-profissionais dos militares. Valença Pinto foi um dos signatários de uma carta em que se critica as medidas restritivas do Governo para o sector.
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As associações de oficiais e sargentos gostariam de ver o novo Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA), que será empossado esta terça-feira, a colocar na sua agenda os problemas sócio-profissionais dos militares.
Ouvido pela TSF, o presidente da Associação Nacional de Sargentos recordou que o general Valença Pinto, que substitui o almirante Mendes Cabeçadas, foi um dos subscritores de uma recente carta dirigida ao ministro da Defesa em que eram criticadas as medidas restritivas do Governo para o sector.
«Estão aí bem alencadas algumas das preocupações que tenho a certeza que serão também a sua prioridade. Enquanto dirigente associativo a minha grande preocupação dirige-se para todos aqueles aspectos de carácter sócio-profissional que tardam em ser resolvidos», acrescentou Lima Coelho.
A Associação dos Oficiais das Forças Armadas acredita também que o general Valença Pinto vai colocar na sua agenda os problemas dos militares e que este tem condições para convencer o Governo a recuar nas suas intenções.
«Esperamos que possa haver condições junto do Governo para que se passe das palavras aos actos em relação aos inúmeros problemas que existem desde há muito tempo e de leis que existem para cumprir», explicou o tenente-coronel Alpedrinha Pires.
Este oficial espera que o Governo venha a tratar com «justiça e equidade» estes «servidores particulares do Estado» e que Valença Pinto tem condições para chamar a atenção do Governo para esta questão.
O novo Chefe do Estado-maior das Forças Armadas é empossado numa cerimónia no Palácio de Belém, numa altura em que em se vive um momento de contestação no seio das Forças Armadas, expressa recente no "passeio" de descontentamento que percorreu o centro de Lisboa.
Em paralelo, Valença Pinto, que transita da chefia do Exército para as Forças Armadas, terá de gerir a fase decisiva da reforma das Forças Armadas e do seu reequipamento, a par de um Orçamento de Estado que contempla cortes para o Exército, Marinha e Força Aérea.
A chefia do Exército será, entretanto, assumida de forma interina pelo vice-chefe do Estado-maior do Exército, general Bação de Lemos, devendo encontrar-se um substituto definitivo para Valença Pinto no Exército até final do ano.