Os números são do relatório da ONUSIDA e falam por si: em 2003 morreram três milhões de pessoas com Sida em todo o mundo. Por dia, são infectadas 14 mil pessoas. A luta contra a doença é desigual.
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«A escolha é clara. A luta contra a Sida está numa encruzilhada: ou nos satisfazemos com pequenos progressos aqui e ali, ou colocamos toda a nossa força sobre a epidemia para a esmagar», alerta a ONUSIDA.
A África subsahariana é a região de longe mais afectada pela pandemia de VIH/SIDA : em 2003 cerca de 26,6 milhões de africanos vivem com VIH, dos quais 3,2 milhões contraíram a infecção no decorrer deste ano.
Graças aos genéricos, o preço dos tratamentos desceu substancialmente no início de 2000 para 300 dólares por pessoa. No entanto, o relatório que faz o ponto da situação da doença no mundo sublinha um dado significativo: o número de doentes com acesso a tratamentos no mundo ascende aos 800 mil, sendo que 500 mil são nos países ricos.
A ONUSIDA estabelece um objectivo : «garantir o acesso aos retrovirais a três milhões de pessoas até ao fim de 2005».
Agora, apesar dos progressos , o número de africanos com acesso a estes tratamentos fica-se nos 50 mil. Na Ásia/Pacífico, onde 485 mil pessoas morreram com Sida em 2002, 43 mil têm acesso aos tratamentos. Na região da América Latina/Caraíbas, 200 mil pessoas foram tratadas em 2002.
A agência das Nações Unidas coloca uma das tónicas dos financiamentos, que são muito baixos nos países em desenvolvimento: mais de dez mil milhões de dólares serão necessários em 2005. Com o aumento das necessidades, até 2007, esta quantia deverá passar a cerca de 15 mil milhões de dólares durante, pelo menos, dez anos.
Para chegar aos dez mil milhões de dólares os fundos para combater a sida em todo o mundo deverão mais que duplicar.
Cinco milhões contraíram a Sida em 2003. No total são 40 milhões os portadores do vírus em todo o planeta - dos quais 2,5 milhões de crianças com menos de 15 anos, segundo a ONUSIDA.