No dia seguinte ao pesadelo em Londres há menos gente nas ruas do que é hábito. Os jornais britânicos, muitos procurados pelas pessoas que tentam retomar a vida habitual, dividem-se quanto ao número de mortos, mas concordam que os dados oficiais estão a subestimar os números.
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As ruas de Londres ainda estão muito patrulhadas pela polícia e há várias zonas cortadas ao trânsito.
O Metro já está operacional na maior parte das estações, mas um alerta de bomba esta manhã voltou a instalar alguma confusão.
Pelo menos três estações foram evacuadas. Liverpool Street, Euston Station e Charing Cross viveram momentos de sobressalto, mas afinal foram falsos alarmes.
Os jornais britânicos dividem-se quanto ao número preciso de mortos, mas são unânimes em afirmar que as autoridades da Grã-Bretanha estão a ocultar a verdadeira dimensão da tragédia.
Esta quinta-feira o primeiro-ministro australiano Jonh Howard já falou, depois de uma reunião com o gabinete de crise australiano para reforçar medidas de segurança, em 52 mortos devido às explosões que abalaram na quinta-feira Londres.
O jornal de referência The Times garante que há 52 mortos, assim como o Daily Mail. O tablóide Sun, um dos mais lidos no país, avança com 55 mortos, enquanto Dail Express é o que fala em mais mortos, num total de 75. A imprensa britânica cita fontes hospitalares e testemunhas.
A maioria dos jornais argumenta que a diferença entre estes números e os que a polícia tem revelado explicam-se em grande parte devido à explosão no autocarro, em Tavistock Square, onde oficialmente apenas há duas mortes.
Todos os títulos trazem coberturas extensas, chegando alguns como o Daily Mail, a publicar 40 páginas inteiras dedicadas ao tema.
No que se refere às manchetes e títulos, o Independent diz que se trata do «Maior ataque a Londres desde a II Grande Guerrra» e, na mesma linha, o Guardian recorda que é o «Pior ataque terrorista de sempre em solo britânico», já que nenhum ataque isolado do IRA matou tanta gente.
Ao jornal Independent, a jovem Manjit Dhanjal, de 26 anos, que estava dentro na estação de King's Cross, onde se verificou uma explosão disse: «Nos minutos antes de acontecer estava a pensar como iria celebrar o meu aniversário. E logo depois, estava a pensar que ia morrer».