Às vezes o luxo é lixo e vice-versa. As duas palavras não são tão próximas por mero acaso. E neste tempo de crise, às vezes a diferença entre luxo e lixo torna-se demasiado subtil. Ou excessivamente grotesca.
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É também neste pendular paradoxo que se faz a política e sobretudo se determinam as opções económicas dos estados.
Leio no Diário de Noticias de hoje que o filósofo e sociólogo Gilles Lipovetsky voltou ao mesmo auditório de Lisboa onde há quinze anos apresentou o Império do efémero para falar do seu próximo livro intitulado: Do Luxo sagrado ao luxo democrático.
Foi a alta costura que transformou os artesãos em artistas capazes de tornar acessível o inacessivel no vestir, apelando ao poder do sonho e da atração pela política do preço e da imagem, diz Lipovetsky. A publicidade faz o
resto, naturalmente.
Ao ler isto no DN de hoje pergunto-me se será luxo ou lixo alimentar algumas polémicas sobre a nossa vida publica, desde o Conceito Estratégico de Defesa até a um novo Código de Ética Parlamentar que o presidente da Assembleia da República quer ver discutido pelos deputados.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m