Ainda ninguém se lembrou de fazer uma sondagem a perguntar aos portugueses se preferem um primeiro-ministro nacional ou estrangeiro.
Corpo do artigo
Sinceramente, receio adivinhar as patrióticas respostas, mas antes que me acusem de confundir futebol com política deixem-me dizer-lhes que foi uma prova de grande desportivismo político por parte de Durão Barroso declarar que confia totalmente em Paulo Portas.
Como os portugueses não confiam uns nos outros resta-me concluir que o nosso primeiro-ministro está manifestamente fora de moda. É, por isso, da mais elementar justiça reconhecer que Durão Barroso foi previdente ao oferecer a
pasta da justiça ao partido de Paulo Portas.
Foi premonitoriamente injusto ao dar-lhe um presente envenenado. Mas agora que confessou o seu crime, o primeiro-ministro deve ser absolvido com efeitos rectroactivos, porque soube colocar um estratégico centro de decisão
na boca dos portugueses.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m