Os trabalhadores da fábrica da Delphi, em Ponte de Sor, pedem uma indemnização de três salários por cada ano de trabalho. O triplo do está previsto na lei e bastante mais do que foi oferecido pela empresa.
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Os operários reuniram-se em plenário esta terça-feira à tarde. O sindicalista Nelson Freitas explica que essa foi a proposta que aprovaram e inclui ainda outros apoios de carácter social.
A multinacional norte-americana Delphi confirmou na sexta-feira que vai encerrar a fábrica de Ponte de Sor, justificando a decisão com as «várias tentativas sem sucesso» para vender «linhas de produto-não-chave» produzidas na unidade.
Além da indemnização de três salários por cada ano de trabalho, os operários da Delphi decidiram ainda propor ao grupo norte-americano outros apoios de carácter social, como o prolongamento da segurança social e do seguro de saúde, suportados pela empresa, por tempo ainda a negociar.
Os trabalhadores vão exigir ainda que os impostos resultantes da atribuição das indemnizações sejam suportados pela empresa, além de apoios específicos para os jovens e casais que trabalham na fábrica.
O pacote de exigências para efeitos de negociação com a empresa foi aprovado, segundo os sindicatos, depois de os operários terem rejeitado a proposta, feita verbalmente segunda-feira pela Delphi, para uma indemnização de 1,8 salários por cada ano de trabalho.
A legislação prevê, no mínimo, a atribuição de uma indemnização de um salário por ano de trabalho.
Nelson Freitas considerou que os «trabalhadores até não estão a pedir muito de indemnização» e que a proposta de três salários por ano de trabalho permite «maior estabilidade» após o fecho da fábrica e até chegarem à idade de reforma.
O secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação, António Castro Guerra, já revelou que o governo iniciou o processo negocial com a Delphi (que tem seis unidades industriais em Portugal) e com dois potenciais compradores, que a querem substituir na produção de alguns dos produtos daquela empresa.