PCP, Bloco de Esquerda e «Verdes» acusaram, esta quinta-feira, o Executivo socialista de fazer um orçamento de «direita», contestando algumas medidas. Entre elas, estão as novas taxas moderadoras na saúde, aumento de impostos para reformados e o novo regime fiscal para deficientes.
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No encerramento do debate na generalidade do Orçamento de Estado para 2007 (OE2007), o deputado do PCP, Honório Novo, disse que «este é um orçamento do PSD, da direita, um orçamento tipo Compromisso Portugal que o PS adoptou e quer executar».
O parlamentar comunista considerou que, com esta proposta,, «José Sócrates imita Cavaco Silva e Durão Barroso», sublinhando que «este orçamento não tem consciência social», ao cortar 780 milhões de euros na Saúde, Educação e Segurança Social.
«Este orçamento agrava a carga fiscal para os reformados, corta benefícios a pessoas com deficiência, aumenta o IRS para os recibos verdes e cria taxas moderadoras para os actos cirúrgicos e internamentos», apontou o deputado comunista.
Do lado do BE, Fernando Rosas considerou igualmente que este orçamento «faz do combate ao défice um ataque aos direitos dos trabalhadores e dos reformados».
Para o BE, são três as medidas emblemáticas da «injustiça social» da proposta do Governo: a introdução de taxas moderadoras na saúde, o aumento da tributação dos cidadãos deficientes e a perspectiva de dispensa de «milhares de trabalhadores» na Função Pública.
«Deste orçamento fica a mentira de promessas que são falsas, resta a demagogia de discursos que são ocos, sobra o erro trágico de uma estratégia económica neoliberal», acusou Fernando Rosas.
Também Heloísa Apolónia, pelo Partido Ecologista os «Verdes» revelou que este orçamento é «altamente deficitário para o povo português», acusando-o de «agravar as condições de vida e comprometer o desenvolvimento sustentável do país».