A oposição madeirense entende que Alberto João Jardim recuou ao anunciar uma verba no Orçamento Regional de 2008 para financiar a Interrupção Voluntária da Gravidez. O PS fala em «recuo táctico», o CDS-PP admite que possa ter havido negociações sobre outras matérias por causa desta questão.
Corpo do artigo
A oposição madeirense considera que o presidente do Governo Regional recuou ao admitir que vai englobar no Orçamento Regional de 2008 uma verba para financiar a Interrupção Voluntária da Gravidez.
Ouvido pela TSF, o presidente do PS-Madeira considerou que este recuo é «táctico» e que Alberto João Jardim tem uma actuação política centrada em «instigar os madeirenses contra os continentais, independentemente do Governo da República».
João Carlos Gouveia acusou ainda o presidente do governo regional madeirense de actuar numa «lógica separatista» e de fazer «terrorismo com a linguagem», o que motiva avanços e recuos. «É um recuo táctico. Nesta matéria, o Governo Regional perdeu», concluiu.
O presidente do CDS-PP madeirense também entende que o presidente do Governo Regional também recuou nesta matéria, admitindo que «por detrás deste recuou possam haver negociações sobre outras matérias».
«O que é triste é que se usa a matéria da Interrupção da Gravidez para negociar outras matérias designadamente a questão financeira entre a região a República. Acho que esta questão é de valores e de princípios e não pode ser confundida com questões financeiras que dividem os dois governos», explicou José Manuel Rodrigues.
O líder dos centristas madeirenses considera mesmo que, a propósito deste caso, «pode ter havido a intervenção do Presidente da República junto do presidente do governo, no sentido de esta questão que estava a ganhar grande amplitude ser desbloqueada».
«Daí esta declaração de Alberto João Jardim de que não há dinheiro agora para a aplicação da lei, mas haverá a partir de Janeiro com o novo orçamento», acrescentou.
Já Edgar Silva, o Governo Regional mostrou uma «atrapalhação tremenda» neste assunto, nomeadamente por causa das contradições do executivo de Alberto João Jardim.
«No início da manhã, o secretário regional responsável pela Saúde diz que o próximo orçamento não terá as verbas para garantir o cumprimento da legalidade. À tarde, o presidente do Governo diz que sim. Amanhã logo veremos», adiantou o líder dos comunistas madeirenses.