A oposição recebeu esta sexta-feira o veto do Presidente da República à Central de Comunicação aprovada pelo Governo como uma «boa notícia» e «uma derrota da estratégia do executivo de controlo da comunicação social».
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Em declarações ao semanário Expresso, Jorge Sampaio anunciou o veto ao gabinete de informação e comunicação aprovado pelo executivo a 30 de Setembro, que iria ser tutelada pelo ministro de Estado e da Presidência, Nuno Morais Sarmento.
«O PS vê este veto como um veto em legítima defesa da democracia e do pluralismo da comunicação social», afirmou à Lusa o porta-voz dos socialistas Pedro Silva Pereira.
Para Pedro Silva Pereira, esta é já «a segunda derrota do Governo em poucos dias» no mesmo campo, sublinhando que a decisão de Jorge Sampaio é conhecida na mesma semana em que a Alta Autoridade para a Comunicação Social «fez duras críticas às pressões que o Governo tem exercido sobre os órgãos de informação».
«Como diz o Presidente da República, não há Governo a menos na comunicação social, o que há é Governo a mais», criticou o porta-voz
do PS, que espera agora que o executivo «não opte por uma estratégia
de confrontação» com Jorge Sampaio.
«O PS espera que o Governo abandone as suas tentações de controlo da comunicação social e se concentre na sua obrigação: governar para resolver os problemas do país», acrescentou Pedro Silva Pereira.
O PCP mostra-se mais pessimista e considera que, independentemente da existência formal de uma Central de Comunicação, «o Governo vai persistir na utilização demagógica da propaganda por forma a branquear as suas responsabilidades pela situação do país».
«Ainda assim, vimos este veto como um elemento de crítica a essa orientação do Governo que tem uma importância simbólica», sublinhou à Lusa o líder parlamentar dos comunistas, Bernardino Soares.
O Bloco de Esquerda recebeu o veto presidencial à chamada Central de Comunicação como «uma boa notícia» e espera que a iniciativa fique agora «pelo caminho e vá parar ao caixote do lixo».