A oposição na Câmara de Lisboa considerou normal o fim da coligação entre o PSD e o CDS na autarquia. O PS diz havia uma situação de instabilidade, ao passo que o PCP diz que as más políticas da câmara levaram a que esta situação se tornasse inevitável.
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O PS não ficou surpreendido com o fim da coligação entre PSD e CDS na Câmara Municipal de Lisboa, até porque considerava haver uma situação de «instabilidade» na maioria camarária estabelecida no princípio de 2006.
Em declarações à TSF, Miguel Coelho desejou que o presidente da autarquia, Carmona Rodrigues, encontre rapidamente uma solução para poder governar, dado que «Lisboa precisa de um governo estável».
«Entendo que é melhor haver um mau governo que não haver governo nenhum», acrescentou o líder da concelhia do PS, que frisou que os socialistas continuarão a ser uma «oposição firme, construtiva e com sentido de responsabilidade, mas sempre oposição».
Por seu lado, o vereador comunista Ruben de Carvalho entende que o fim da coligação é o resultado das más políticas da autarquia, uma vez que quando esta política é bem aceite pelos cidadãos nada disto poderia acontecer.
O vereador do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, também com naturalidade o fim desta coligação, em virtude dos vários desacordos entre Carmona Rodrigues e Maria José Nogueira Pinto.
«O que se constatou ao longo deste ano é que de facto a direita não consegue governar Lisboa», acrescentou José Sá Fernandes, que considerou que houve um «virar de costas absoluto» entre o presidente da autarquia e a vereadora centrista.
Maria José Nogueira Pinto diz que proposta não correspondia ao previamente acordado
Entretanto, a vereadora Maria José Nogueira Pinto assumiu que votou contra a nomeação do presidente da Sociedade de Reabilidação Urbana da Baixa-Chiado, argumentando que a «proposta apresentada não correspondia ao agendado nem ao previamente acordado».
Em comunicado, a vereadora do CDS-PP afirmou que foi com «extrema lealdade, empenho e sentido de dever» que assumiu os pelouros que lhe foram delegados.
Mesmo sem pelouros, Maria José Nogeira Pinto frisou que irá «continuar a desempenhar as funções de vereadora no cumprimento do programa eleitoral com que se apresentou aos lisboetas».
A veradora centrista viu-lhe serem retirados os pelouros da Habitação Social e a responsabilidade do projecto de reabilização da Baixa-Chiado depois de ter votado contra a nomeação de Nunes Barata para presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa-Chiado.