O PSD pede ao Governo para falar a verdade sobre o desemprego. O PCP também é muito crítico em relação à forma como o Executivo socialista analisa os números, assim como o BE. O CDS-PP considera este o maior flagelo de Portugal no início do século XXI
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O PSD diz que o mais significativo em relação aos números do desemprego, esta sexta-feira divulgados, é o aumento da taxa anual.
O desemprego baixou para 7,8 por cento no último trimestre de 2007, um valor inferior ao dos meses anteriores, mas que não foi suficiente para impedir um agravamento no conjunto do ano, para 8 por cento.
«O Governo tenta fazer passar a ideia de que pelo facto de criar postos de trabalho líquidos vai resolver os problemas, não resolve, porque o fundamental é a população que está desempregada, o que traduz um problema social mais grave», salienta o deputado do PSD, Hugo Velosa.
Este social-democrata adianta que está na altura do Executivo deixar de enganar a população.
«Infelizmente, em 2008 a situação não vai melhorar. Aquilo que é necessário é que o Governo fale a verdade aos portugueses e é preciso dizer que, para além destes números, há uma população de jovens licenciados que estão a emigrar para o estrangeiro e não constam das estatísticas», afirma.
Na mesma linha, o PCP considera que o Governo se limita a fazer propaganda para iludir os portugueses, escondendo os verdadeiros dados do desemprego.
O comunista José Soeiro diz que os números hoje divulgados revelam «o fracasso da política de emprego deste Governo» o que torna sem sentido todos os sacríficios que o Executivo tem pedido aos portugueses para fazer.
Também o deputado do BE, João Semedo, considera que a subida do desemprego para 8,0 por cento em 2007 é um «péssimo recorde» do Governo e marca o «fracasso» das políticas de Sócrates.
Pedro Mota Soares, do CDS-PP, lembra que há muito tempo o desemprego não atingia um valor tão elevado, considerando que este é o pior problema de Portugal no início do século XXI.