A Ordem dos Arquitectos está satisfeita com a intenção do Governo em rever a sua disposição que permite projectos de arquitectura sejam assinados por outros profissionais que não arquitectos. Já a Ordem dos Engenheiros diz que o Executivo se deveria preocupar com outros aspectos das obras.
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A Ordem dos Arquitectos está satisfeita com a intenção do Governo em rever a disposição que permite a assinatura de projectos de arquitectura a outros profissionais que não arquitectos.
«Recebemos, ontem (segunda-feira), do Governo uma nova proposta que nos parece uma boa base de trabalho e congratulamo-nos com isso até porque vamos ter congresso de arquitectos depois de amanhã e temos de prestar contas aos 14 mil arquitectos do país», explicou Helena Roseta.
Em declarações à TSF, a bastonária falou também numa paragem do processo a seguir à apresentação no Parlamento de uma iniciativa de cidadãos que obteve 35 mil assinaturas e na apresentação de uma primeira proposta do Governo que a Ordem não aceitou.
Segundo a bastonária das Ordem, esta proposta, entretanto retirada, «permitia, no fundo, que agentes técnicos de engenharia, com o 12º ano, pudessem projectar edifícios até 400 m2».
Por seu lado, o bastonário da Ordem dos Engenheiros diz que não tem qualquer reserva em relação a estas intenções do Governo, mas considera que o Executivo se deveria preocupar mais com outros aspectos das obras.
Para Fernando Santo, a «questão de fundo é sobre a classificação dos técnicos que podem ser responsáveis por actas que intervêm em todo o processo produtivo».
«Saber quem pode dirigir obras, quem é que as pode fiscalizar, entender que esse decreto deve ser aplicado não só às obras privadas, como sucede hoje, mas também às obras públicas», defendeu.
Segundo este bastonário, apenas se conseguem boas obras com «bons projectos de arquitectura e bons projectos de engenharia», se bem que 60 por cento das obras públicas portuguesas «não são edifícios, onde intervêm os arquitectos».