Vinte e cinco organizações de deficientes estão contra a possibilidade prevista pelo Orçamento de Estado para 2007 de estes virem a pagar mais impostos. Estas organizações lembram que não foram ouvidas e querem que tudo se mantenha como até aqui.
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Várias organizações de deficientes entregam, esta quarta-feira, uma carta aberta ao primeiro-ministro onde mostram a sua discordância pelas opções do Governo em termos de Orçamento de Estado para 2007, que prevê que os deficientes passem a pagar mais impostos.
Esteves Correia, da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), recordou o facto de as 25 organizações que subscrevem esta carta não terem sido ouvidas, mostrando-se contra o facto de as alterações serem feitas já a partir de 2007.
«O nosso desejo é que isto volte à situação actual, ao mesmo sistema do IRS actual, e estamos perfeitamente disponíveis para estudar correcções e adaptações de toda esta situação para em sede do próximo orçamento fazerem-se algumas alterações», explicou.
À TSF, este dirigente da ACAPO explicou que as mudanças feitas podem até ser consideradas como «insultuosas» e disse não perceber porque alguns ministros falam em deficientes que são milionários.
Na carta, entregue durante esta manhã ao primeiro-ministro, estas organizações dizem nomeadamente que foi violado o princípio da participação ao não terem sido ouvidas estas associações.
As 25 organizações consideram que as alterações propostas pelo Governo não geram «maior equidade e justiça social» e lembram que os deficientes já estão entre os mais pobres em Portugal.