Segundo uma investigação, a osteoartose pode ser travada com a utilização de um fármaco. Esta doença afecta em Portugal cerca de três mil pessoas, na sua maioria mulheres.
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Em Portugal, a osteoartose, uma doença reumática, é a principal causa de elevados índices de morbilidade, incapacidade, absentismo laboral e reformas antecipadas. Cerca de três milhões de pessoas são afectadas por esta doença, na sua maioria mulheres.
A osteoartose caracteriza-se por uma alteração de natureza degenerativa de cartilagem articular. Esta doença é a segunda causa de incapacidades físicas, reduzindo a qualidade de vida dos doentes.
Contudo, segundo especialistas presentes no Congresso Europeu de Reumatologia, realizado em Praga, esta situação pode ser alterada. Actualmente existem fármacos que protegem a cartilagem, atrasando a sua degeneração e impedem a evolução patológica.
O investigadore belga da Universidade de Liége, Jean-Yves Reginster, adiantou que «pela primeira vez, a existência de um fármaco - sulfato de glucosamina - é capaz de modificar a evolução da osteoartose».
Segundo o especialista, este fármaco representa mais do que um avanço no tratamento da osteoartose, «trata-se de uma questão de qualidade de vida, já que os doentes vêem as suas actividades diárias facilitadas».
Estas conclusões surgiram após um estudo levado a cabo pelo especialista belga. A investigação decorreu durante três anos, envolvendo 212 doentes com artrose do joelho. Para além de confirmar as acções positivas sobre os sintomas, como a dor ou rigidez, verificou-se pela primeira vez que uma intervenção farmacológica é capaz de travar o avanço desta doença.
Segundo Reginster, o sulfato de glucosamina revelou ainda um excelente perfil de segurança, com reduzidos efeitos secundários. «Um tratamento a longo prazo com o objectivo de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos. O objectivo desta terapêutica a longo prazo tem em vista poupar dinheiro aos sistemas nacionais de saúde, uma vez que a osteoartose é uma doença muito frequente, com consequências graves e que implica custos directos e indirectos elevados».