Os cientistas que criaram a ovelha Dolly, clonaram uma galinha cujos ovos deverão servir para fabricar medicamentos contra o cancro. Os resultados da investigação são apresentados esta quarta-feira.
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A seguir à Dolly, vem a Britney. Os cientistas que criaram a mais conhecida ovelha do mundo clonaram uma galinha, de seu nome Britney, cujos ovos podem ajudar a lutar contra o cancro.
Os cientistas através de modificações genéticas vão poder utilizar as claras dos ovos de Britney, que promete vir a ser a galinha mais conhecida do mundo, para fabricar medicamentos a serem comercializados nos próximos dois anos.
Esta mudança genética pretende dar origem a uma galinha que ponha ovos que sejam abundantes em determinadas proteínas.
Segundo Lisete Fernandes, do Instituto Gulbenkian da Ciência uma das explicações para o cancro pode ser o facto de «as células cancerígenas terem componentes específicos e a produção de uma determinada proteína que se ligasse a esses componentes específicos serviria para assinalar a célula cancerígena, que poderia ser assim eliminada mais facilmente pelo organismo humano ou por medicamentos».
Os benefícios desta descoberta
Para esta investigadora um dos grandes benefícios da criação de animais assim será o de transformar as galinhas em «máquinas que produzem a proteína desejada. Em vez de se matar a galinha para extrair a proteína, basta recolher os ovos. Torna-se um processo mais barato, porque a máquina continua em funcionamento».
Até ao momento a produção de proteínas, mesmo em quantidades para laboratório, revelou-se difícil e cara e o aperfeiçoamento de novos medicamentos destinados a cuidar de doenças como o cancro nos ovários e na mama foi bloqueado.
Cada galinha geneticamente modificada poderá pôr 250 ovos por ano, o que dará para produzir grandes quantidades das proteínas desejadas.
No entanto Lisete Fernandes antevê uma utilização exclusivamente terapêutica para esta descoberta, uma vez que as células normais podem reagir de forma oposta ao normal, dividindo-se desordenadamente, o que constitui ainda um obstáculo para a medicina preventiva.