Uma parte do glaciar da Gronelândia está a derreter a um ritmo considerável, releva um estudo da revista «Nature». Depois de comparar valores antigos com os recentes, os cientistas verificaram que, alguns anos, o glaciar chega a derreter 42 cm.
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O glaciar da Gronelândia está a fundir-se gradualmente e perde, por vezes, cerca de 42 centímetros de espessura por ano nas zonas de altitude localizadas a noroeste da ilha, revelou um estudo canadiano e dinamarquês.
O estudo, que vai ser publicado na próxima edição da revista «Nature», compara medições recentes e valores recolhidos por uma expedição britânica realizada há cinquenta anos.
O trabalho foi realizado pelo canadiano W. S. B. Paterson, da Paterson Geophysics Inc., e pelo seu colega dinamarquês Niels Reech, da Universidade Técnica da Dinamarca.
Os cientistas compararam as medidas trigonométricas recolhidas entre 1952 e 1954 pela «Brisish North Greenland Expedition», ao longo de um trajecto de 1200 quilómetros, ao dados registados entre 1994 e 1995 pelo radar do satélite europeu ERS-1.
Comparando os dados - todos relativos a altitudes entre os 1500 e 2500 metros - os cientistas verificaram que, na parte mais exposta do glaciar, a noroeste, a fundição variou entre 20 e 41 centímetros por ano.
Segundo os investigadores, uma melhor compreensão da maneira como o glaciar responde às alterações climatéricas pode ajudar a compreender e avaliar os riscos de elevação do nível da água dos mares e dos oceanos.
O Grupo Intergovernamental sobre a Evolução do Clima, composto por cientistas encarregados pela ONU de estudar o aquecimentos do planeta, revelou, em fevereiro, que o nível médio das águas deve aumentar 88 centímetros entre 1990 e 2100.