Carlos Carvalhas lembrou que o partido «não é permeável a pressões», na questão da sucessão do secretário-geral. O ainda secretário-geral do partido anunciou ainda que os comunistas votarão contra o Orçamento de Estado de 2005.
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Carlos Carvalhas afirmou que o PCP não é «permeável a intrigas de dentro para fora» na questão do futuro secretário-geral dos comunistas, recusando-se a conformar se Jerónimo de Sousa será o seu sucessor no cargo.
O que ainda líder do PCP confirmou é que continuará a «trabalhar para o partido» e que não irá «para as catacumbas», apesar de também abandonar o seu lugar no parlamento. «O PS é que tem uma sexta fila. A fila dos senadores. Nós não temos», acrescentou.
«Não abandono o partido. Não me demiti do partido. E neste momento como secretário-geral continuo a exercer no pleno exercício dos meus deveres», esclareceu.
Carvalhas disse ainda que «estão planificadas mais de 1400 assembleias» para eleger o futuro secretário-geral no XVII Congresso do partido marcado para Novembro, em Almada.
Sobre a forma como decorrerá a votação, o secretário-geral cessante remettodos os esclarecimentos para o regulamento que será publicado no jornal do partido «Avante!».
«Continuamos a contestar a lei dos partidos. Mas pergunte aos militantes o que eles entendem e como é que eles acham que se devia votar no Congresso», concluiu.
A nova Lei dos Partidos Políticos exige que todos os órgãos da direcção partidária tenham de ser eleitos por voto secreto e não através do voto por «braço no ar», sistema tradicionalmente usado no Partido Comunista.
PCP contra Orçamento de Estado
O Partido Comunista anunciou também estar contra o Orçamento de Estado para 2005, justificando a sua opinião por este «não responder às necessidades de um forte crescimento económico».
Apesar de reconhecer que o Orçamento para este ano deu «alguns passos tímidos na direcção das reivindicações do PCP como nas mjedidas de combate à evasão fiscal», Carvalhas quer mais.
Em conferência de imprensa, o secretário-geral do PCP assinalou que a proposta «continua com engenharias financeiras e de desorçamentação de importantes despesas públicas como sucede nos hospitais SA».
Carvalhas aproveitou ainda a oportunidade para criticar a «política desastrosa» de Santana Lopes, especialmente por causa dos «aumento dos bens essenciais», da «degradação dos salários e pensões» e do «escândalo» na colocação dos professores.
O líder comunista, que tudo fará para que haja eleições antecipadas em Portugal, também não gostou da forma como o partido foi afastado do parlamento acoriano numas eleições que considerou serem «anti-democráticas».
«A eleição e as regras de eleição são de tal ordem, que uma força política que teve 17 por cento não elege. Em qualquer país do mundo dava para eleger. Fomos vítimas da bipolarização», concluiu.
O PCP perdeu os dois deputados que tinha no hemiciclo daquele arquipélago, apesar de ter conseguido 17,25 por cento dos votos no Faial e 15,45 nas Flores.