O PS elogia a aprovação, pelo Tribunal Constitucional, da pergunta que será colocada aos portugueses no referendo ao aborto e afirma que aceita qualquer data que Cavaco Silva escolha para a consulta popular, assim como o PSD. Já o CDS e o Bloco de Esquerda apontam para Janeiro, e o PCP abstêm-se de sugerir uma data.
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O PS congratulou-se esta quarta-feira com a aprovação pelo Tribunal Constitucional (TC) da pergunta proposta pelo Parlamento para um referendo sobre o aborto, disse esperar que o Presidente da República convoque a consulta e que aceita qualquer data.
O líder parlamentar socialista, Alberto Martins, disse no Parlamento, que o PS se «congratula» com a decisão do TC. «Era uma decisão esperada», comentou aos jornalistas acrescentando que a data decidida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, será acolhida pelo PS.
Questionado sobre se não espera que Cavaco Silva possa não convocar a consulta, Alberto Martins respondeu: «Não conto com isso porque naturalmente se o Presidente da República quisesse tomar essa opção política já tinha tido lugar para o fazer».
PSD concorda com qualquer data
O presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Marques Guedes, recusou-se hoje a apontar uma data para a realização do referendo sobre aborto, afirmando que os sociais-democratas concordarão sempre com a que for escolhida pelo Presidente da República.
«O Presidente da República decidirá a data do referendo e decidirá bem com certeza», declarou Marques Guedes, depois de se ter escusado a comentar qual a data de preferida pelos sociais-democratas para a realização da consulta.
CDS-PP quer referendo «o mais rapidamente possível»
O vice-presidente da bancada do CDS-PP Pedro Mota Soares defendeu que, após aprovação da pergunta pelo Tribunal Constitucional (TC), o referendo sobre aborto deverá realizar-se «o mais rapidamente possível» em Janeiro.
«Ultrapassada a apreciação pelo TC, entendo que o processo para a concretização do referendo não deve ser prolongado», afirmou Pedro Mota Soares, acrescentando ser sua preferência que a consulta nacional se realize «o mais rapidamente possível, em Janeiro».
PCP não têm preferência de datas
O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, considerou hoje que a aprovação, pelo Tribunal Constitucional (TC), da pergunta do referendo sobre o aborto «era previsível» e afirmou não ter preferência em relação à data para a consulta popular.
«Quanto à decisão do Tribunal Constitucional, era previsível, tendo em conta decisões anteriores nesta matéria», afirmou Bernardino Soares.
BE sugere finais Janeiro ou início Fevereiro
A dirigente bloquista Helena Pinto congratulou-se com a aprovação da pergunta do referendo sobre o aborto e defendeu que a consulta deve realizar-se em finais de Janeiro ou início de Fevereiro.
«Sentimos satisfação pela decisão do Tribunal Constitucional. É mais um passo no sentido de acabar com a prisão de mulheres. Esperamos pela convocação do referendo, que é uma competência do Presidente da República, e por uma campanha serena e esclarecedora sobre a pergunta em questão», afirmou Helena Pinto.