O PCP retomou esta quinta-feira a acusação ao Governo: o executivo está a destruir o Serviço Nacional de Saúde, abrindo espaço para os privados, que na ideia de Jerónimo de Sousa, querem transformar a saúde num negócio.
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Em conferência de imprensa, o líder dos comunistas apresentou a campanha «A saúde é um direito e não um negócio», que pretende mostrar os méritos do serviço nacional de saúde e mobilizar os profissionais e os utentes em defesa deste serviço.
«Por mais elaborada que seja a retórica do primeiro-ministro e do ministro da saúde, já não lhes é possível esconder o que já muito temos vindo a denunciar: a sua política de saúde está ideologicamente marcada pelo compromisso de destruir o SNS, abrindo assim espaço para que grupos privados o substituam», acusou.
«É este o serviço Nacional de Saúde (SNS) que foi classificado pela Organização Mundial de Saúde entre os melhores do mundo, à frente de países como a Grã-Bretanha, a Alemanha, os Estados Unidos da América e o Canadá», afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder do PCP sublinhou que hoje, em média, cada português «paga em média três por cento dos custos totais com a saúde, uma das taxas mais elevadas da União Europeia», alertando que, com as medidas do Governo, terão que pagar mais ainda.
Jerónimo de Sousa frisou que a primeira causa da despesa do Estado com o SNS, 48,5 por cento, é o pagamento de subcontratações a privados e exigiu «uma verdadeira reforma» do sector que inclua o alargamento dos quadros e o reforço dos meios técnicos.
Na área dos cuidados de saúde primários, Jerónimo de Sousa propôs a «duplicação dos recursos financeiros para os centros de saúde no prazo de uma legislatura».
O líder do PCP defendeu ainda o fim das taxas moderadoras ou de utilização, «que não moderam nada e acrescentam muito pouco às receitas», e a reabertura de várias urgências hospitalares e serviços de atendimento permanente.
«Estamos perante um modelo de cuidados de saúde que é injusto e profundamente desumano», afirmou Jerónimo de Sousa, que acusou igualmente o governo PS de «proporcionar à indústria farmacêutica margens escandalosas» de lucro.