O PCP e «Os Verdes» acusaram, esta segunda-feira, o primeiro-ministro demissionário de violar o estatuto do direito da oposição e de desrespeitar os partidos, depois de Santana Lopes ter recusado ouvir separadamente as duas forças políticas.
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«Houve uma clara tentativa do Governo e do primeiro-ministro demissionário de violar o estatuto do direito de oposição, que tem de ser ouvida em assuntos de política externa», disse o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, depois de ter abandonado a sala onde deveria manter um encontro com Pedro Santana Lopes.
O PCP e os Verdes deviam ter sido recebidos hoje de manhã por Santana Lopes na residência oficial do primeiro-ministro, no âmbito da preparação da cimeira da União Europeia, que decorre quinta e sexta-feira em Bruxelas.
Contudo, os representantes dos dois partidos recusaram ser recebidos pelo primeiro-ministro demissionário, pois Santana Lopes pretendia ouvir os dois partidos em conjunto, alegando razões de agenda.
«A coligação CDU (PCP/Os Verdes) termina no momento em são conhecidos os resultados eleitorais. O PCP e Os Verdes são dois grupos parlamentares diferentes, sublinhou Jerónimo de Sousa, justificando a decisão dos dois partidos de não aceitarem ser recebidos em conjunto.
«Estamos a assistir a um surpreendente precedente político», insistiu Jerónimo de Sousa, lamentando que o PCP tenha sido impedido de manifestar a sua posição relativamente aos assuntos que vão ser discutidos na cimeira da União Europeia e a outras questões como as pescas.
Para a deputada do partido ecologista «Os Verdes», Heloísa Apolónia, esta atitude de Santana Lopes é «profundamente provocatória» e demonstra «o carácter» do primeiro-ministro, que «desrespeitou a Assembleia da República e a os partidos nela representados».