O CDS-PP considerou hoje despropositados os pedidos do PS para a demissão de dois responsáveis envolvidos no alegado favorecimento da filha de Martins da Cruz no acesso à Universidade, defendendo que «já foram tiradas todas as ilações políticas».
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«Todas as ilações políticas já foram tiradas, é até extemporâneo [fazer pedidos de demissão agora], quando isso não aconteceu na sequência dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Educação», afirmou Mota Soares, secretário-geral do CDS.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que o despacho do ex-ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce, violou a lei ao assinar um despacho que tinha por objectivo resolver o caso da entrada na Universidade da filha do seu colega de Governo e titular da pasta dos Negócios Estrangeiros.
Diana Champ Martins da Cruz regressou de Madrid em 2002, quando o pai, até então diplomata, assumiu funções governativas, tendo concluído o ensino secundário em Portugal, pelo que não estava ao abrigo do regime especial de acesso à Universidade que se aplica aos filhos de diplomatas que o terminam no estrangeiro.
O PS reagiu ao parecer da PGR defendendo a demissão do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e do director- geral do Ensino Superior, Requicha Ferreira, que estiveram envolvidos no processo.
O director-geral do Ensino Superior assinou um despacho que permitia o acesso directo da filha de Martins da Cruz a Medicina, enquanto o secretário de Estado José Cesário apresentou uma proposta de alteração do regime de acesso ao Ensino Superior dos filhos de diplomatas.
É mais um acto de irresponsabilidade da esquerda portuguesa, que não falou a tempo próprio e agora quer repescar este caso», acrescentou o secretário-geral do CDS-PP.