Os pescadores recusam pagar uma operação de salvamento feita pela Força Aérea a um marinheiro que se sentiu mal em alto mar. Os pescadores defendem que o pagamento poderá ser feito pelo INEM ou pela Segurança Social.
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O presidente da Associação Pró-maior Segurança dos Homens do Mar confirmou que os pescadores se recusam a pagar a operação de salvamento feita pela Força Aérea a um marinheiro doente em alto mar.
Em declarações à TSF, José Festas admitiu que a Força Aérea até poderá receber os 13 mil euros que exige pela operação, mas terá de os cobrar a outra entidade e não aos pescadores.
«Há que cobrar a quem de direito: ao INEM e à Segurança Social. Somos os únicos no país que não devemos nada à Segurança Social, porque não recebemos da Segurança Social. O dinheiro fica na lota», explicou.
José Festas lembrou que os pescadores são os únicos que pagam antecipadamente as despesas da Segurança Social, ao contrário do que acontece com todas as restantes profissões que pagam estas despesas no final do mês.
Por esta razão, acrescenta o dirigente desta associação, os pescadores não podem ser discriminados no tocante a esta situação.
O protesto desta associação surgiu na sequência de uma factura apresentada pela Força Aérea de um salvamento feito a um marinheiro doente em alto mar em Outubro de 2002.
Para socorrer este marinheiro, o INEM chamou um helicóptero da Força Aérea, uma vez que, apesar de também dispor de meios aéreos não os pode usar nestas situações.
O armador do barco onde se encontrava este marinheiro já disse que se recusa a pagar os 13 mil euros exigidos pela Força Aérea, uma vez que frisa que o INEM não cobra qualquer serviço mesmo que seja com o recurso a um helicóptero.
A Força Aérea tem mesmo um processo judicial a este propósito no Tribunal de Viana do Castelo, para exigir o pagemento do que considera ser uma «dívida».
Como resposta a esta acção em tribunal, a Associação Pró-maior Segurança dos Homens do Mar já enviou uma carta de protesto ao Ministro da Defesa, onde considera que este caso é «inaceitável», «ilegal» e «revoltante».