A PJ/Porto desconhece a existência de qualquer nova diligência em torno do processo do desaparecimento em 1998, em Lousada, de Rui Pedro, então com 11 anos, garantindo que «não apareceu nenhum dado novo».
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Uma fonte da Secção Regional da Brigada de Combate ao Banditismo afirmou à agência Lusa que, «embora o processo não tenha sido arquivado, como é norma em casos semelhantes, também não registou avanços por falta de provas».
A fonte precisou que a Brigada não tem conhecimento de qualquer elemento novo, nem recente nem nos últimos anos, que possa conduzir ao paradeiro do Rui Pedro, sublinhando que «também não há nenhuma diligência» pedida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), situado em Lisboa, no âmbito do inquérito.
«Ninguém foi, recentemente, constituído arguido ou interrogado», afirmou a fonte, frisando que o suspeito Afonso Dias, que terá sido a última pessoa a ver o Rui Pedro, foi constituído arguido ainda em 1998, mas sem que nada se provasse de concreto sobre o seu envolvimento no misterioso desaparecimento da criança.
O advogado dos pais de Rui Pedro disse hoje que está a ser explorada uma nova linha de investigação deste processo que não tinha sido considerada no início.
Sá Fernandes fala em nova linha de investigação
Em declarações à TSF, Ricardo Sá Fernandes disse que não pode falar sobre o processo por se encontrar em segredo de Justiça, mas adiantou que desde há dois anos que existe uma nova linha de investigação.
«O processo está numa nova fase de investigação já há dois anos, mas não posso dar exemplo de nenhuma deligência porque além de violar o segredo de justiça seria uma grande irresponsabilidade. Posso dizer que esta nova linha é coerente e que temos esperança que nos leve a algum lado», referiu.
Sá Fernandes adiantou ainda que «no início do processo houve um grande desleixo nas diligências que deviam ter sido feitas, porque nestes casos as primeiras horas são cruciais para se poder reconstituir os factos e encontrar indícios, mas tanto eu como os pais do Rui Pedro temos plena confiança na equipa que agora lidera a investigação».
Por seu turno, Filomena Teixeira, a mãe do jovem desaparecido, disse hoje à Lusa que tinha recebido informações de que «o Afonso seria ouvido, de novo, na PJ do Porto, por indicação dos magistrados titulares do caso no DCIAP».
Na quarta-feira a TVI avançou que o suspeito pelo desaparecimento de Rui Pedro foi constituído arguido passados dez anos sobre os acontecimentos.
Segundo a estação de televisão, a Polícia Judiciária (PJ) concluiu que Afonso, o suspeito em causa, pode ter raptado Rui Pedro para o colocar numa rede de pedofilia, mas também não está posta de parte a hipótese de acidente e ocultação de cadáver.
Ricardo Sá Fernandes não confirmou nem desmentiu esta informação, dizendo apenas que não pode falar sobre o processo.
Rui Pedro foi visto pela última vez a 04 de Março de 1998 quando tinha onze anos, supostamente enquanto andava de bicicleta num terreno baldio atrás do escritório onde a mãe trabalhava, em Lousada, distrito do Porto.