Os Estados Unidos avançaram hoje na Conferência sobre o clima, a decorrer em Haia, uma proposta que pretende diminuir a responsabilidade americana no aumento das emissões de gases causadores dos efeitos de estufa.
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Os Estados Unidos pretendem que o papel das florestas, que através das plantas e árvores absorvem os gases nocivos, seja considerado na contabilidade que analisa a quota parte de cada país na emissão de substâncias que provocam o agravamento do efeito de estufa.
As florestas têm uma missão importante na luta contra o aquecimento do planeta, provocado pelo efeito de estufa, na medida em que as árvores e plantas absorvem o dióxido de carbono quando estão em crescimento, mas emitem esse gás quando são queimadas ou morrem.
Assim, países como os Estados Unidos, que têm uma amplo território de floresta, têm toda a conveniência em que este factor seja considerado na análise das responsabilidades do Estado para a poluição ambiental.
Europa contesta EUA
Alguns países europeus contestaram a posição americana. A prioridade deve centrar-se na diminuição da energia consumida em cada um dos países. Para além de que a quantificação da absorção dos gases pelas florestas possa ser enganadora.
As associações ecologistas, também presentes na conferência, consideram que a proposta americana constitui apenas uma «escapatória» para fugir da aplicação de medidas energéticas impopulares.
Por outro lado, os EUA afirmaram hoje que estão «abertos à discussão» sobre a exportação de tecnologias nucleares para os países do terceiro mundo, substâncias que provocam graves danos no ambiente.
«Estamos abertos à discussão deste ponto. Exprimimos preocupação sobre um certo número de problemas relacionados com a energia nuclear», disse o chefe da delegação americana, David Sandalow.
Energia limpa
Outro dos assuntos debatido em Haia relaciona-se com a possibilidade dos países ricos ajudarem os pobres a desenvolver-se utilizando energias não poluentes.
A conferência, a decorrer há dois dias, tem como objectivo pôr «os pontos nos is» no que concerne às modalidades de aplicação do Protocolo de Quioto, um acordo internacional que têm como objectivo a redução do efeito de estufa.
O protocolo assinado em 1997, prevê que as emissões dos gases nocivos deve registar uma redução de 5 por cento entre 2008 e 2012 em comparação com o nível de 1990.
Os cientistas avisam que o aumento dos níveis do efeito de estufa ameaçam provocar uma mudança climática no planeta e modificar os níveis do mar que podem fazer desaparecer algumas ilhas do mapa.