O Presidente da República alertou sexta-feira para a urgência de empresários, políticos, sindicatos, investidores e «sociedade em geral» começarem a «pensar global e agir global» para Portugal não «ficar para trás» num mundo globalizado.
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À chegada ao Conselho para a Globalização, uma iniciativa com a chancela de Belém que reúne alguns dos maiores empresários portugueses e mundiais, Cavaco Silva afirmou que «Portugal enfrenta um grande desafio, que é o da competitividade à escala global. É preciso que as empresas portuguesas se habituem a este novo quadro procurando novos mercados, produzindo com maior componente tecnológica, procurando mercados mais dinâmicos».
«Este é o tempo que exige a todos pensar global e agir local», frisou,
reafirmando as ideias que avançara já num artigo de opinião publicado hoje no jornal Diário Económico.
Para o Chefe de Estado, a esta mudança de mentalidade tem de acontecer «ao nível dos empresários, mas também dos políticos, dos investidores, dos sindicatos, da sociedade em geral», sob pena de o País «ficar para trás».
A reunião de hoje - que reúne líderes de 22 empresas que, no seu conjunto, têm um volume de negócios quase cinco vezes superior à riqueza gerada pela economia portuguesa - servirá também, acrescentou Cavaco Silva, para proporcionar contactos entre empresários portugueses e mundiais.
Os líderes de empresas como a IBM, Intel, Google, Telefónica, Roche ou
Microsoft, presentes no encontro, «são empresários habituados a fazer grandes investimentos» à escala global.
«É importante colher os bons ensinamentos e as boas experiências de personalidades como aquelas que aqui estão, que conhecem bem o mundo global», observou o Presidente da República, manifestando-se convicto que a reunião de hoje «dará mais visibilidade à economia portuguesa».
«Este melhor conhecimento da realidade portuguesa pode permitir no futuro que algumas decidam instalar-se de forma mais forte em Portugal», afirmou.
Cavaco Silva manifestou, por isso, a sua intenção de interpelar os empresários hoje reunidos em Sintra para que «tenham receptividade para encontros com empresários portugueses».
«Talvez mesmo pedindo que embaixadores portugueses lhes possam pedir audiências para que empresários portugueses os visitem, abrindo oportunidades de parcerias», acrescentou.
Antes do início do primeiro Conselho para a Globalização, que terá uma periodicidade anual, o Chefe de Estado previu para o «início de Setembro» a segunda reunião do género, uma iniciativa da associação empresarial para a inovação Cotec.