Portugal será um dos países europeus mais afectados pelos impactos das alterações climáticas, nomeadamente através do aumento da temperatura e da diminuição da precipitação, que terão consequências negativas em vários sectores sócio-económicos do país.
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Discute-se hoje em Lisboa as consequências socio-económicas que serão provocadas com as alterações climáticas. Cientistas europeus estão a analisar as implicações na Europa e concluem que Portugal será um dos países mais afectados, uma vez que as principais mudanças vão atingir o Sul da Europa.
Nos próximos cem anos está previsto um aumento de três graus na temperatura média do ar, bem como uma diminuição da precipitação no sul do continente europeu.
Perante estes dados Filipe Duarte Santos, professor da Faculdade de Ciências de Lisboa e coordenador do projecto SIAM (Climate Change in Portugal: Scenarios, Impacts and Adaptation Measures), traça um panorama preocupante, «haverá um maior risco de fogos nas florestas, maiores dificuldades nos recursos hídricos».
Esta é uma das conclusões a tirar do projecto ACACIA, o primeiro estudo efectuado sobre os impactos das alterações climáticas no espaço europeu, apresentado hoje em Lisboa.
O projecto, financiado pela União Europeia, foi apresentado por Martin Parry, do Jackson Environment Institute, que coordenou os trabalhos dos 27 peritos envolvidos no estudo.
De acordo com os resultados das investigações, os impactos negativos serão maiores nas regiões sul e este da Europa, da qual fazem parte a Península Ibérica, a Grécia e a Itália, por exemplo.
Para a solução do problema, o professor só vê duas soluções, «a mitigação, considerada pelos peritos a menos eficaz, baseia-se na redução da emissão de gases catalisadores do efeito de estufa, prevenindo alterações climáticas perigosas». E a segunda resposta possível e a mais adequada segundo os peritos, é a adaptação, ou seja, «alterar actividades de forma a evitar ou minimizar as consequências das alterações climáticas».
Segundo os últimos dados, existe uma influência antropogénica (derivada da acção do homem) nas alterações climáticas, especialmente devido à emissão de gases catalisadores do efeito estufa, resultantes da queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo.