Um estudo apresentado hoje revela que apenas 1,2 por cento dos portugueses compra online. A responsável pelo estudo diz que é necessário estimular o fenómeno da Net em Portugal.
Corpo do artigo
Apenas 1,2 por cento dos portugueses já efectuaram compras através da Internet, revelou uma sondagem do Observatório das Ciências e das Tecnologias (OCT).
De acordo com os dados divulgados terça-feira pela presidente do OCT, Maria de Lurdes Rodrigues, 14 por cento dos portugueses inquiridos utilizam a internet, enquanto 35 por cento não o fazem por não lhe reconhecerem utilidade e 33 por cento devido ao seu elevado custo.
O «Estudo sobre a difusão das práticas do comércio electrónico no mundo das famílias e das empresas: obstáculos ao desenvolvimento» foi apresentado durante o colóquio «Privacidade e Comércio Electrónico», que decorreu na sala do Senado da Assembleia da República.
Portugueses preferem comércio tradicional
No que diz respeito às empresas, mais de metade têm ligação à rede (68 por cento), e 46 por cento delas possuem um site na Internet através de um endereço próprio ou integrado.
No entanto, o grande obstáculo ao desenvolvimento do comércio electrónico em Portugal parece ser a preferência pelas formas de comércio tradicional (37 por cento dos entrevistados).
Em contrapartida, 24 por cento dos compradores online reconhecem como grandes virtudes desta forma de comércio a «quantidade de bens e serviços disponibilizados na rede».
É necessário estimular o fenómeno da Internet
Um aspecto interessante é o facto dos portugueses interpretarem a Internet como um importante instrumento educativo. Dezanove por cento dos inquiridos afirmam que a razão da ligação à Internet tem a ver com a educação dos filhos e este é também o motivo pelo qual 32 por cento dos inquiridos têm computador em casa.
Segundo Lurdes Rodrigues, é necessário estimular o fenómeno da Internet em Portugal através do desenvolvimento de duas áreas: as infra-estruturas (as redes e formas de acesso) e as motivações para a utilização dos serviços e informação que a internet circula.
Lurdes Rodrigues acrescentou que para dinamizar a Sociedade da Informação é preciso investir, não só no equipamento e nas condições de circulação da informação (software e hardware) mas também nos conteúdos e serviços disponibilizados para «que motivem a aposta das pessoas nas novas tecnologias».
Os dados apresentados resultam de um estudo efectuado em Março junto de seis mil indivíduos com idades compreendidas entre os 15 e 64 anos de idade, e de cinco mil empresas entre Julho e Agosto.
No entanto, disse Lurdes Rodrigues, é necessário ter em conta que estes dados estão já desactualizados, uma vez que o rápido desenvolvimento da adesão às novas tecnologias de informação e comunicação torna o seu acompanhamento difícil.