Uma biológa portuguesa ganhou um prémio europeu de ciência de um milhão de euros. O dinheiro vai ajudar Maria Manuel Mota e os oito elementos da sua equipa a continuar a investigação dos factores que permitem à malária desenvolver-se no ser humano.
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A bióloga Maria Manuel Mota vai receber, esta quinta-feira, em Estocolmo, o prémio da Fundação Europeia da Ciência, no valor de mais de um milhão de euros, na sequência de um trabalho coordenado por si sobre a malária.
Em declarações à TSF, a cientista explicou que o seu trabalho está assente na identificação dos factores que permitem à malária desenvolver-se no seu hospedeiro, ou seja, no ser humano.
«A fase de estudo em que estamos mais fixados é o facto de quando o parasita da malária é transmitido por um mosquito migra para o fígado e no fígado é apenas capaz de se desenvolver numa célula chamada hepatócito», explicou Maria Mota.
O estudo conduzido pela bióloga pretende precisamente explicar porque razão é que o parasita apenas se desenvolve nesta célula e não noutra, o que poderá vir a criar condições para o «desenvolvimento de estratégias que bloqueiem esses factores».
Maria Mota disse ainda que durante o seu pós-doutoramento em Nova Iorque e depois do Instituto Gulbenkian de Ciência já chegou a algumas conclusões sobre as razões para o desenvolvimento do parasita da malária.
«Descobrimos que havia uma molécula do hospedeiro que é essencial para o parasita se desenvolver, mas agora a nossa proposta é descobrir os vários factores que são necessários. Este prémio vem com um projecto que foi apresentado num trabalho a cinco anos para descobrir estes factores», acrescentou.
Maria Mota reconheceu ainda que o prémio que lhe irá ser atribuído vai permitir à bióloga e à sua equipa de oito elementos continuar a investigação sem grandes preocupações.
«Este dinheiro é um montante suficiente para os próximos cinco anos sem grandes preocupações de arranjar outras fontes de financiamento. Isso é uma vantagem enorme que nos vai permitir apenas focar na ciência e a responder a esta pergunta», concluiu.