A presença de organismos geneticamente modificados em sementes é inevitável, segundo o que considera o Comité Científico da União Europeia. Este comité adianta ainda a possibilidade de a UE ter que rever a legislação de etiquetagem e identificação.
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A presença de alimentos geneticamente modificados em sementes é inevitável, afirmou esta quinta-feira o Comité Científico sobre Plantas da União Europeia.
Por isso, o Comité aconselhou a União a rever a sua moratória para a rotulagem obrigatória de alimentos que possam conter inadvertidamente material geneticamente modificado.
«O comité considera que um grau zero de utilização de OGM não autorizados nas sementes é inalcançável», divulga o comité num relatório. Por isso uma revisão à legislação aparece como provável.
«O comité é da opinião de que com o actual conhecimento científico os limiares definidos pela Comissão Europeia só serão alcançados em condições ideias de produção de sementes e chegar aos 0.3 e 0.5 por cento nas sementes vai ser cada vez mais difícil, já que a produção de sementes geneticamente modificadas tem aumentado na Europa».
A Comissão Europeia tinha legislado este sector em Outubro de 1999, e todos os alimentos com um por cento de OGM, têm que ser identificados. Abaixo deste limiar não há etiquetagem obrigatória. A comissão está já a estudar o relatório do comité, mas ainda não reagiu ao relatório.
A opinião do Comité Científico para as Plantas vai o encontro da «tolerância zero» da política das autoridades italianas, que na recentemente confiscaram sementes suspeitas de conterem OGM do grupo biotecnológico norte-americano Monsanto.
Depois destas apreensões, o ministro da Agricultura italiano, Alfonso Pecoraro Scanio, deixou ainda um aviso para a possibilidade de a «poluição genética» se espalhar através da polinização.