Presidente acusado de corrupção e tráfico de influências

O presidente da Académica foi formalmente acusado dos crimes de corrupção e tráfico de influências, revelou fonte próxima do processo à agência Lusa.

Em causa estarão ligações entre o futebol e interesses imobiliários que levaram ao embargo da urbanização «Jardins do Mondego», licenciada quando José Eduardo Simões era também director do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Coimbra.

As investigações a este caso começaram em Abril de 2005, mas apenas em Fevereiro de 2006 é que foram realizadas buscas à casa do presidente da Académica, bem como à sede do clube e ao gabinete onde exerceu funções na câmara de Coimbra.

No automóvel de José Eduardo Simões terá mesmo sido encontrado dinheiro no valor de cerca de 200 mil euros.

O «Diário de Coimbra» precisa mesmo que o presidente da Académica, constituído arguido na segunda-feira, foi acusado de dez crimes de corrupção, alguns deles para acto ilícito e outros para acto lícito.

Segundo este jornal, José Eduardo Simões, como presidente da Académica, contactava os promotores dos empreendimentos imobiliários a quem pediria donativos para o clube.

Depois, ofereceria os seus serviços como Director Municipal da Câmara de Coimbra, facilitando o andamento dos processos relativos às urbanizações. Alegadamente também influenciaria os fiscais, chamaria a si alguns processos e, por vezes, decidiria sem dar conhecimento aos respectivos serviços.

O Ministério Público acredita que José Eduardo Simões faria tudo isto em troca de dinheiro que reverteria a favor da Académica, que tem um passivo de cerca de 12 milhões de euros, segundo números revelados na última assembleia-geral do clube, a 30 de Novembro.

Para além do presidente da Académica, estão ainda envolvidos neste processo dois empresários, um da zona do Pombal e outro do sul do país.