A Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) corre o risco de ser extinta por falta de verbas. O secretário-geral da instituição, José Miguel Trigoso, acusou esta terça-feira, o Governo de «mudar as regras» de financiamento das acções de prevenção rodoviária.
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Ouvido na comissão parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, convocada pelo CDS-PP, José Manuel Trigoso afirmou que «ao cortar as verbas do Fundo de Garantia Automóvel (FGA) sem aviso prévio, o Governo deixou a PRP sem condições de prestar o serviço público que era prestado junto das câmaras municipais e escolas».
Lembrou ainda que todas as acções de prevenção rodoviária estão «paradas por falta de verbas». O responsável sublinhou que a instituição «terá de acabar» a menos que «haja uma colaboração substancial para além dos 750 mil euros que foram disponibilizados».
Caso contrário, sublinha José Manuel Trigoso, será «necessário reduzir o quadro do pessoal, e teremos que enviar pelo menos 60 técnicos para o desemprego».
«Não consigo perceber porque é que o Governo quer acabar com uma instituição altamente credível e que não custa um euro ao Estado português, uma vez que é financiada pelas seguradoras?», questionou a José Manuel Trigoso.
Também o presidente do Conselho Geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa, Carlos Barbosa, sublinhou a importância do serviço público prestado pela instituição, e criticou a forma como o Governo tem estado a distribuir as verbas na área da prevenção.
«Dos 100 mil euros que este ano ainda não foram distribuídos e que o Governo quer dar às seguradoras uma parte devia ser atribuída à PRP», defendeu.
José Miguel Trigueiro concordou com o processo de reestruturação da instituição afirmando, contudo, não ter capacidade financeira para executá-lo.
«Estamos dispostos a emagrecer, mas assim deixaremos de cumprir o papel fundamental que cumpríamos até agora e perderemos 60 técnicos qualificados», sublinhou o secretário-geral da PRP.
Esta audição parlamentar foi solicitada a 15 de Setembro pelos democratas-cristãos, que contestavam a «viabilidade da reestruturação da PRP» com a disponibilização de uma verba de 750.000 euros.