Hosni Mubarak vai tentar continuar como presidente egípcio nas primeiras eleições desde que chegou ao poder em 1981. O presidente egípcio concorre contra nove candidatos, num acto eleitoral em que o maior grupo da oposição não participa.
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Hosni Mubarak vai tentar manter-se no cargo de presidente egípcio pelo quinto mandato consecutivo, sujeitando-se a eleições pela primeira vez desde 1981, ano em que chegou a líder da nação árabe mais populosa.
O líder egípcio, que concorre como candidato do Partido Democrático Nacional, defronta nestas eleições nove adversários, muito deles líderes de formações políticas pouco conhecidas.
Os seus dois principais adversários são o líder do partido do Novo Wafd, Goamane Nomaa, de 71 anos, e Ayman Nour, de 40 anos, chefe do partido al-Ghad.
Fora do acto eleitoral ficou o maior grupo da oposição, a Irmandade Muçulmana Islamita, formação que Mubarak não autoriza que se torne num partido político.
O presidente egípcio de 77 anos promoveu pela primeira vez eleições desde que chegou ao poder, após pressões dos EUA e grupos egípcios, contudo, muitos não acreditam que Mubarak queira mudanças políticas.
Apenas seis horas após a abertura das urnas, já se fala em irregularidades que vão desde eleitores a votarem em público, depois de terem sido trazidos até às mesas de voto em carros governamentais, até a membros da oposição que não tiveram acesso a mesas de votos em algumas regiões do país.
Há também relatos de manifestações contra Mubarak na capital Cairo, manifestações que foram consideradas ilegais, mas contra as quais a polícia não teve qualquer acção.
Estas eleições deverão dar uma maioria clara a Mubarak, considerado por alguns como um bom líder, ao evitar que o Egipto entrasse na guerra.
Nesta acto eleitoral estão inscritos 32 milhões de eleitores, numa eleição que começou às 8:00 locais (6:00 em Lisboa) e que está a ser boicotada por dois partidos de média dimensão do país.
Entretanto, a Comissão Eleitoral permitiu a presença de observadores de organizações não-governamentais nas mesas de votos, mas sem as deixar intervir no trabalho dos 13 mil juízes e delegados encarregados de supervisionar o escrutínio.
Esta decisão foi justificada pelo facto de a Comissão Eleitoral estar interessada que o acto eleitoral seja «transparente».